sábado, 1 de dezembro de 2018

Relato triste de uma roedora

                                                          (unhas no presente estado)

   Eis aqui a minha tristeza:  minhas unhas; não, na verdade é o mau que eu faço a elas.

   Creio que meu caso é complicado, pois não é apenas tirar a mão da boca, mas sim afastar uma mão da outra; se não fui muito clara explico melhor; eu não sou de roer as unhas mordendo-as, mas sim roçando uma unha na outra, bem tenso...
    Digo a vocês, realizando este ato me sinto doente, uma compulsiva que começa a roer do nada e aparentemente sem motivo. O meu psicológico parece não entender o ato como nocivo, ao roer eu confesso que de uma forma muito estranha sinto prazer, eu sei é bizarro, eu mesma acho isso o fim, mas eu não consigo parar! É uma mistura de preguiça e vergonha, fazê-las sozinha é somente quando tenho um tempo pra mim, não é muito fácil, e a vergonha de ir ao salão e a manicure me olhar torto e me dar bronca.
    Eu não desejo esse vício a ninguém, ele é autodestrutivo, te põe para baixo e você se sente impotente sobre si mesma. Uma coisa é certa, quero mudar, quero ser uma pessoa normal, poder  coçar, andar com a mãos soltas, passar um álcool gel em público; sabem que eu ficaria até feliz de ver uma unha minha quebrar só pelo fato de saber que ela ao menos cresceu...
     Agora vou falar sobre a dor. Existe uma espécie estranha de perfeccionismo na hora de roer, se fica uma"imperfeição", uma pele faltando arrancar, alguma sub camada que esteja atrapalhando eu não me importo e simplesmente arranco, mesmo que eu saiba no ato que irei sangrar, mas eu não penso até me livrar daquilo que me incomoda. Depois consigo me arrepender, quando sinto a dor, a dor de tocar nas coisas, como na hora do banho ou na hora de lavar a louça, quando as mãos molham e ficam mais sensíveis, não consigo forçar. Pelo maldito hábito eu tenho dores constantes nos dedos, nestes momentos eu queria uma fórmula mágica para parar de roer, isso tudo é de chorar.
    Pretendo começar uma mudança ainda essas férias, pois o estresse do dia dia é constante. Com fé em Deus eu conseguirei.

Espero de verdade vencer este mau.